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Novo Acordo Gramatical

Não adianta mais reclamar, temos que nos adaptar. Para quem precisa conhecer as novas regras referentes ao Novo Acordo Gramatical sugiro o link do UOL Educação.  Aqui é possível visualizar as principais mudanças e desta maneira já ir se acostumando com a nova grafia das palavras.    

http://educacao.uol.com.br/portugues/acordoortografico.jhtm

Faz tempo que não atualizo o blog Cartastrocadas porque de alguma forma, que não sei qual, nossa senha foi corrompida. Então, agora conseguimos resolver este problema e prometo atualizações mais constantes. Para começar a lista de promessas de posts que teremos ainda em janeiro: os indicados para o Oscar e meus palpites e uma dica de obra-prima literária clássica. Vou ver também, se consigo até o final de janeiro postar algo sobre o Novo Acordo Ortográfico para quem quiser imprimir e ter sempre à mão. Ademais, muitas novidades e sucesso a todos em 2009.

A exposição com curadoria de Antonio Cava traz diversos trabalhos do cineasta Federico Fellini divididos entre desenhos, fotografias, cartazes dos filmes e outros materiais.

Tazio Secchiaroli

Crédito da foto: Tazio Secchiaroli

 

Sabrina Demozzi

Pouquíssimos diretores de cinema souberam imprimir tanto estilo e personalidade às suas obras como o cineasta italiano Federico Fellini (1920-1993). Também são poucos aqueles que “ganharam” seus próprios adjetivos para delinear o caráter do seu trabalho. Pois se costumou chamar de felliniano o universo particular do diretor caracterizado pelos personagens fantásticos e pelo realismo poético de suas montagens. Uma destas marcas é a presença dos clowns (palhaços que possuem um humor mais sutil, de perfil nostálgico e de quase tristeza nos gestos) e das alegorias ao mundo peculiar do circo.

Pois é justamente o Circo Felliniano que Curitiba vai conhecer a partir de 11 de novembro na Galeria da Caixa Econômica. Com curadoria de Antonio Cava a mostra “Circo-Fellini” promete ser uma homenagem ao mestre italiano. Entre o material que será exposto na mostra estão reproduções de desenhos de Fellini da Fundação Fellini de Rimini, reproduções de fotografias de Tazio Secchiaroli, do Arquivo Tazio Secchiaroli de Roma, dezenas de fotografias (amigos e colaboradores de Fellini) do “Istituto Italiano di Cultura” do Rio de Janeiro, cartazes dos filmes de Fellini,  além de livros, revistas, quadrinhos e outros trabalhos. Como parte da cenografia, marionetes dos personagens dos filmes de Fellini criadas pelo artista Bernardo Rhormann de Tiradentes (MG), além da sonorização das salas com as trilhas sonoras dos filmes compostas por Nino Rota. Também haverá a exibição de alguns filmes do diretor.

Fellini dizia que “o cinema possui a mesma força e coragem do circo, numa mistura de técnica, precisão e improvisação”. Antonio Cava corrobora esta observação dizendo que: “Ninguém mais conseguiu equilibrar esses elementos e mais: tradição, modernidade, sonho, realidade, crítica e popularidade. No ‘circo-cinema’, Fellini foi o palhaço, o mágico, o domador e principalmente equilibrista.”

“Os textos que acompanham os desenhos, fotografias, cartazes e livros que compõe a mostra, foram escolhidos entre as inúmeras declarações, entrevistas e biografias do homenageado, com o objetivo e a ambição de revelar o seu lado mais espontâneo. Uma verdadeira trilha pela alma do cineasta” analisa o curador.

A mostra “Circo Fellini” inicia em 12 de novembro na Galeria da Caixa e vai até o dia 21 de dezembro. O horário de visitação de terça a quinta é a partir das 10 às 19h; e de sexta e  sábados das 10h às 21h.  Domingo das 10 às 19h. A entrada é franca.

 

Serviço:

Exposição: “Circo Fellini”

Local: Galeria da Caixa

Data: Abertura 12/11/2008, 19h30. A exposição permanecerá aberta até o dia 21 de dezembro.

Horários de visitação: De terça a quinta das 10 às 19h; e de sexta e sábados das 10h às 21h.  Domingo das 10 às 19h.

Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Edifício Sede II

Informações: 2118-5114

Ingresso: Entrada franca

Classificação etária: livre

Estacionamentos; Particulares nas imediações (custo médio de R$ 8 a R$ 10)

 

 

 

 

Preso por nada

 

EL PAÍS

A irmã o denunciou. Um detetive forçou uma confissão falsa. Foi declarado culpado e um juiz o enviou para a prisão. Depois de 20 anos encarcerado nos Estados Unidos, Marty Tankleff sai livre e inocente.  

Essa matéria foi feita por JOHN CARLIN em 04/10/2008 e publicada no jornal espanhol El Pais. Vale a pena conhecer esta história. Eu fiz uma tradução livre e quem quiser ver o texto no site espanhol o título original é: A la cárcel por nada.

Rico, bonito e forte. Era a imagem juvenil do sonho americano. Tinha 17 anos recém-completos e iria começar o novo ano escolar. Porém, Marty Tankleff nunca chegou ao colégio. Seus pais haviam sido atacados durante a noite. Quando ele desceu para o desjejum encontrou sua mãe, morta,  e seu pai (que morreu algumas semanas depois) inconsciente.   

Era só o começo de um pesadelo que duraria 20 anos. O obscuro destino kafkiano em que se transformou Tankleff e do que acaba de emergir, demonstra que os presos estrangeiros de Guantánamo não são os únicos que sofrem as arbitrariedades do aparato punitivo estadunidense. Os próprios cidadãos do país- incluindo os aparentemente privilegiados como Marty – vivem sujeitos a seus caprichos.

“A terrível lição do meu caso”, diz Tankleff em uma entrevista para EL PAÍS em Nova Iorque, “é que isso pode acontecer a qualquer um, que não existe proteção adequada para pessoas perfeitamente inocentes quando o sistema se empenha em declará-las culpadas.”

O caso  

O pai de Tankleff, Seymour era um hábil homem de negócios. A mãe, Arlene, uma apaixonada por orquídeas. Marty não era seu filho biológico. Ele havia sido adotado recém-nascido. Viviam em uma luxuosa mansão com vista para o mar em Long Island, no estado de Nova Iorque, que havia custado um milhão de dólares, e que hoje vale muito mais.    

A data do duplo homicídio foi em 7 de setembro de 1988. Quase imediatamente, à polícia do condado de Suffolk decidiu que Marty foi o principal suspeito. Por dois motivos: ele tinha reagido à morte de seus pais de modo estranho, de forma muito calma e o relato de sua meia-irmã – que já não vivia com a família- que convenceu o detetive encarregado do caso, McCready James, de que Marty era o assassino.

 

Tankleff foi processado, o júri o declarou culpado e o juiz o condenou a 50 anos de prisão. A Irmã, Shari Rother, recebeu toda a herança e, com parte do dinheiro, seu marido abriu um bar com o detetive McCready. Depois de 17 anos de prisão, no final de 2007, Tankleff foi posto em liberdade. A Suprema Corte do Estado de Nova Iorque declarou em 22 de julho de 2008 que nunca havia existido motivos legais para levá-lo a júri pela morte de seus pais.  

A investigação original do caso havia se baseado única e exclusivamente em uma “confissão” que o detetive McCready conseguiu extrair de um traumatizado adolescente no mesmo dia do assassinato. “Depois de horas de interrogatório, ocorreu a McCready a brilhante idéia de fingir que tinha falado por telefone com o meu pai e que ele tinha dito que eu os ataquei”, recorda Tankleff, que hoje tem 37 anos e apesar do horror da história que conta, mostra um surpreendente bom humor. “Era uma mentira, porque o meu pai nunca recuperou a consciência, mas eu não sei, nesse momento. E o problema foi que, nessa altura da minha vida confiava na polícia, do mesmo modo que confiava em meu pai.”

Quando McCready contou ao jovem com “ares de triunfo” os supostos detalhes da chamada fictícia, ele não acreditou “Será que eu estava possuído?” contestou ele, perplexo, como que recordando algum filme de horror. “Será que eu sofri um apagão mental?”. E então confessou. Uma confissão verbal, que não foi gravada, de que se retratou e que ele se recusou a assinar. No entanto, o testemunho do detetive foi suficiente para convencer ao júri.

“Eu já tinha apagado da memória o instante em que o tribunal me declarou culpado, mas agora o tenho visto em vídeo”, diz Tankleff. “Eu comecei a chorar e na sala do tribunal todos irromperam em gritos. Minha família, meus tios, irmãos dos meus pais e meus primos, estavam histéricos. Eles sentiam raiva e dor. Não acreditavam que semelhante injustiça pudesse ser possível em nosso país.”

Tankleff teve a sorte de que uma assistente social solidarizou-se com a sua situação e o ajudou a instá-lo em um ponto relativamente calmo da prisão, e não no local a que lhe era destinado, junto aos criminosos mais perigosos. Talvez isto explique em parte porque hoje ninguém que fale com ele pela primeira sobre o caso imagine que ele tenha passado pelo que passou. 

Corpulento e musculoso, com aspecto mais jovem ao que corresponde aos seus 37 anos, emana a vivacidade e o otimismo livre de complicações do jovem estadunidense médio. Sorri facilmente, gesticula muito com as mãos, os olhos brilham. Não guarda nenhum ressentimento, nem sequer da sua irmã e do amigo dela, o detetive McCready, e a impressão de haver esquecido que passou metade da vida na prisão, que perdeu sua juventude. Sente que tem muito a fazer e que o seu futuro será feliz.       

Quando fala de seu caso, o faz como se estivesse falando de outra pessoa; como se fosse um advogado falando de seu cliente. De certo modo, é nisto que se converteu, já que dedicou sua vida atrás das grades, com a ajuda incansável de familiares e amigos, a promover uma nova investigação do caso e documentar sobre o sistema legal de seu país. Seu propósito agora, além de processar o Estado de Nova Iorque, é estudar direito e lutar profissionalmente em favor dos casos incontáveis similares ao seu. “Calculo que os 5% dos presos são inocentes”, sustenta, apoiando-se nos dados de um organismo estadunidense chamado Innocence Project, o órgão acredita que 25% dos presos condenados e posteriormente são declarados inocentes, depois de haverem feitos provas de DNA, haviam sido enganados pela policia para que confessassem os crimes.  

No caso de Tankleff não foi necessário recorrer ao DNA. Os fatos visíveis do caso apontavam para a sua inocência, ou pelo menos, para a sua não-culpabilidade.  É absolutamente extraordinário, como foi notado por jornais do calibre do The New York Times, que ele passou tanto tempo na prisão sem que ninguém a nível institucional fizesse alguma coisa para tirá-lo de lá.

Existem mais provas sólidas de criminalidade contra o detetive McCready do que contra Tankleff. Como declarou em repetidas ocasiões o advogado de Marty. “McCready é a razão pela qual esse caso está podre. Qualquer investigação tem que incluir, por definição, uma investigação do detetive.”  

A realidade é que McCready foi investigado. Uma comissão estatal concluiu em 1989 que o detetive tinha cometido perjúrio durante um julgamento em 1985, e que havia prestado “falso testemunho, sabendo que o era” contra um outro homem acusado de homicídio. A mesma comissão concluiu que entre os investigadores da polícia do condado de Suffolk tinha se tornado habitual extrair falsas confissões e de mentir em tribunal. No entanto, um ano mais tarde, em 1990, as conclusões da comissão não tiveram qualquer efeito em todo o julgamento de Tankleff. Nem teve qualquer peso sobre o destino do jovem uma extraordinária – e mais verossímil- versão alternativa  dos fatos que McCready optou por ignorar.   

Outros fatos    

Na noite de sua morte, os pais de Tankleff haviam jogado pôquer com amigos até as três da manhã. Esta era uma rotina semanal em sua casa. Um dos presentes foi Jerry Steuerman, um ex-sócio de negócios de Seymour Tankleff. Jerry devia ao pai de Marty mais de US$ 500.000. Nessa mesma semana ele teria que ter pago US$ 50.000 de acordo com outras pessoas que participaram na partida daquela noite. Steuerman foi o último a ir embora.

Uma semana depois do assassinato, Steuerman fingiu seu próprio suicídio. Fez a barba tomou um ônibus para Atlantic City e de lá ele foi de táxi para o aeroporto de Newark, onde ele comprou um bilhete de avião sob um nome falso, voou para a Califórnia e se mudou para um spa em um local remoto. Marty Tankleff insistiu desde o início que Steuerman era o principal suspeito, não ele. Porque McCready escolheu não seguir proveitosa via de investigação? O advogado de Tankleff sugere uma explicação: que o detetive e Steuerman tinham, como foi estabelecido muito tempo depois, um relacionamento pessoal que existia desde antes do assassinato.  

“Isso poderia ter matado o caso”, diz Tankleff “, mas a outra grande lição de tudo isso é o valor da perseverança. Nunca devemos nos render.” Sua perseverança e a de seus familiares, especialmente os irmãos de seus pais, que sempre acreditaram nele e que não se renderam nunca em sua tentativa de se chegar ao fundo do caso.

Mas também houve um pouco de sorte. Uma mulher chamada Karlene Kovacs, que não tinha nenhuma conexão com a família ou com o caso judicial, escutou uma história em um jantar em um domingo de 1991 que a emocionou. Um dos convidados, Joseph Creedon, contou de repente à mesa que tinha participação no assassinato de Arlene e Seymour Tankleff; e que o filho do casal, Marty, nada tinha a ver com o caso; revelou ainda que teve um cúmplice no crime chamado Jerry Steuerman.

Por medo, a senhora Kovacs demorou três anos até contar o relato para a polícia. “Me mata pensar que deixei passar tanto tempo,” diz agora. Este foi o momento decisivo; que colocou em marcha uma seqüência de acontecimentos que culminaram em muito tempo depois na libertação de Tankleff. Aderiram a causa vários advogados, alguns deles trabalhando pro bono (ato de fornecer assessoria profissional sem obter remuneração para tanto) e toda uma corte de voluntários. E finalmente, em 2001, após um contacto estabelecido por uma tia de Tankleff, aderiu, tal como convém a todo bom thriller (Tankleff vai escrever um livro sobre suas experiências, e não excluiu a possibilidade de um filme), um experiente investigador particular .

Jay Salpeter, interado dos pormenores do caso, se apresentou a Tankleff na prisão e disse-lhe: “Se você for inocente, Marty, contrate-me. Se não, não me faça perder tempo.” O prisioneiro disse a ele que era inocente e, para convencê-lo, se submeteu a um teste com um detector de mentiras, ao qual passou com êxito.

 

The New York Times

Crédito: The New York Times

 

 

 

 

Salpeter, um policial aposentado da cidade de Nova York, estudou os arquivos do caso, entrevistou familiares de Tankleff e decidiu começar a investigação a partir da declaração dada pela senhora Kovacs. Ele se interou que Joseph Creedon, o convidado do jantar, havia sido preso várias vezes e foi à procura de criminosos que eram seus cúmplices. O  primeiro com o qual se encontrou foi com um sujeito chamado Glen Harris, que admitiu  ter sido o motorista que havia levado Creedon a cena do assassinato dos Tankleff. Ele recusou-se a repetir, sob juramento, mas, seguindo pistas, Salpeter localizou um padre que lhe disse que Harris confessou o seu envolvimento na matança. Outra das muitas testemunhas que Salpeter conseguiu localizar disse a ele que Steuerman, o ex-parceiro, que devia  dinheiro para Seymour Tankleff, tinha lhe dito que havia  matado duas pessoas.

O trabalho de Salpeter, ao lado da equipe de apoio a Tankleff (reunidos no site martytankleff.org), não foi capaz de reabrir o caso e que se procedesse a incriminar Steuerman e seus supostos cúmplices. No entanto, esse foi o suficiente para começar a aparecem artigos nos jornais em Nova Iorque e em programas de rádio e de televisão em que se exigia justiça para Tankleff. Até que, finalmente, a enorme e às vezes desumana máquina do poder judiciário não teve outra opção senão a responder ao seu pedido e reconheceu ter cometido um grave erro.

Perto do fim da entrevista com duração de duas horas com Marty Tankleff em Nova York, ele abre uma maleta e pega um computador portátil.  Há fotos do dia da festa em que comemorou a sua liberdade, depois de ter ido ao cemitério para visitar os túmulos de seus pais.

“Não há tempo a perder: tenho que recuperar o tempo perdido.” Tem pressa em realizar e concluir seus estudos de direito. “Há muita gente na mesma situação em que estive, e minha tarefa de agora em diante é fazer tudo que está no meu alcance para ajudar-lhes, do mesmo modo que tantas pessoas, para minha enorme sorte, ajudaram a mim.”  

Veja a entrevista em que Marty conta sua história. Há também imagens do julgamento que o condenou  e da decisão judicial que o libertou da prisão depois de 20 anos.  

 

Depois de duas semanas de atraso em comparação ao circuito nacional chega a Curitiba o filme “Linha de Passe” dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas (que também o escreveu junto com George Moura). O filme trata da vida de uma família que vive na periferia de São Paulo. A família é composta pelos 4 irmãos e a mãe. “Reginaldo, o mais novo, procura obstinadamente seu pai, que nunca conheceu. Dario, prestes a completar 18 anos, sonha com uma carreira como jogador de futebol profissional. Dinho, frentista em um posto de gasolina, busca na religião o refúgio para um passado obscuro. Dênis, o irmão mais velho, já é pai de um filho e ganha a vida como motoboy. No centro desta família está Cleusa, 42 anos, grávida do quinto filho. Ela trabalha duro como empregada doméstica enquanto luta para manter os filhos na linha. “

(sinopse completa disponível em www.paramountpictures.com.br/linhadepasse)

Sabrina Demozzi

Linha de Passe é em minha opinião, um dos melhores filmes do ano. O filme transcende a questão estética da pobreza e vai fundo na miséria existencial dos personagens. A casa da família, a Kombi velha que ninguém dirige, a pia sempre entupida são indicadores de que naquela casa tudo está parado, estagnado e que cabe a cada um deles mudar aquela situação. Um procura o refúgio na religião, outro na carreira de jogador de futebol, um é motoboy e já tem um filho e o menor deles procura o pai. Cada um sabe a angústia que existe em percorrer sempre os mesmos caminhos, em receber sempre as mesmas negativas. O bom trabalho dos atores também merece ser destacado, com a consagração da atriz Sandra Corveloni que interpreta a mãe dos meninos. Ela ganhou a Palma de Ouro (melhor atriz) em Cannes neste ano.  

 

 

ELENCO

CLEUZA Sandra Corveloni

DARIO Vinícius de Oliveira

DÊNIS João Baldasserini

DINHO José Geraldo Rodrigues

REGINALDO Kaique de Jesus Santos

 

Esta matéria foi retirada do site do Comunique-se.

Sérgio Matsuura

 

 

 

O colunista da Veja Diogo Mainardi foi condenado pela 13ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) pelos crimes de difamação e injúria. A ação foi movida pelo jornalista Paulo Henrique Amorim devido à coluna intitulada “A voz do PT”. Em primeira instância, Mainardi foi absolvido das acusações, mas Amorim apelou e a decisão foi revertida.

“Avaliar Paulo Henrique Amorim como ‘um qualquer’, sem demonstrar, ou comprovar suas ilações é horroroso, maquiavélico e criminoso. (…) Ele passou, e muito, da linha normal de aceitação de um jornalismo agressivo”, diz o parecer do Procurador de Justiça Carlos Eduardo de Athayde Buono que foi acolhido pelo TJ-SP.

A pena é de três meses e 15 dias de detenção, que pode ser revertida em multa de três salários mínimos, e pagamento de 11 dias-multa.

De acordo com o advogado que defende Mainardi, Alexandre Fidalgo, a decisão do TJ-SP é “uma violação à liberdade constitucional de opinião”. Ele afirma que o dolo não ficou caracterizado e que o julgamento vai de encontro às provas produzidas.

Diogo Mainardi não quis comentar a condenação, limitando-se a dizer que irá recorrer. Paulo Henrique Amorim também foi procurado e informa que sua opinião sobre o caso está publicada em seu blog.

Na coluna publicada em 06/09/06, Mainardi afirma que os R$ 80 mil gastos pelo iG para manter a página de Amorim seriam oriundos de fundos de pensão de empresas públicas. Diz também que o jornalista está na fase descendente de sua carreira.

Pela mesma coluna, Mainardi foi condenado em 06/08, junto com a Abril, a pagar indenização de R$ 207.500,00 a Paulo Henrique Amorim. A decisão foi da 5ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP.

Por Cristina Charão em 23/8/2008

Reproduzido do Observatório do Direito à Comunicação, 21/8/2008; título original “Emissoras de TV e rádio recebem R$ 267 milhões por ano por propaganda partidária”

Para transmitir a propaganda partidária gratuita, as emissoras de rádio e TV recebem da União uma média de 267 milhões de reais por ano. O pagamento sobre o que a legislação do setor – o Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT) – prevê como uma obrigação dos concessionários de radiodifusão é feito através de compensação fiscal no cálculo do Imposto de Renda. As emissoras descontam do lucro auferido – sobre o qual incide o IR – o valor que ganhariam com a comercialização publicitária regular dos minutos usados para a propaganda eleitoral.

Criada pelo CBT, em 1963, a propaganda eleitoral gratuita respondia basicamente a dois princípios. O primeiro deles é político: com a reserva de espaço para todos os partidos, evita-se que o poder econômico determine quais legendas aparecem ou deixam de aparecer na mídia. O segundo diz respeito ao conceito de concessão pública. A compreensão do legislador à época foi de que é permitido ao Estado, gerente do espaço público concedido, requisitar o uso do rádio e da TV para responder a interesses maiores da sociedade.

Os dois princípios passaram incólumes por três décadas de ditadura, mas o segundo não resistiu à abertura democrática. A primeira previsão legal de ressarcimento às emissoras aparece na Lei 7.508/86, que cria regras para a propaganda eleitoral. O artigo foi vetado, mas, nos anos seguintes, o pagamento às TVs e rádios foi garantido nos regulamentos de cada eleição. Até que a Lei Eleitoral de 1997 tornou a compensação fiscal uma regra perene.

Para Bruno Lupion, jornalista e advogado que estudou a questão do direito de antena no Brasil e em outros países, o conjunto CBT e Lei Eleitoral legaliza algo nada razoável. “Não há razoabilidade no ressarcimento pelo uso de um espaço público”, diz.

A comparação feita por Lupion é ilustrativa: em rodovias concedidas à iniciativa privada, ambulâncias e carros da polícia não pagam pedágio. “A lógica é a mesma. A rodovia segue sendo um espaço público e os veículos que prestam um serviço de interesse da sociedade não pagam para circular ali.”

 

Pagando por um direito

Lupion explica que o horário eleitoral, apesar de não constar com este nome específico na legislação brasileira, pode ser considerado exercício do direito de antena, que é definido como o direito da sociedade comunicar-se através do espectro eletromagnético. A propaganda gratuita, garantida inclusive pela Constituição como um direito dos partidos políticos, seria uma forma de uso público do espectro com a finalidade de promover a democracia.

Exatamente por responder aos interesses da sociedade e, principalmente, por usar um espaço público, o exercício do direito de antena não deveria gerar ressarcimentos às concessionárias. “O problema é que a sociedade brasileira parte do pressuposto de que o canal de rádio e TV não é nosso, do povo, mas da Globo, do SBT, da Record, da Bandeirantes…”, analisa Lupion.

Ano a ano

A legislação eleitoral não diferencia a propaganda partidária, o espaço que toda legenda tem o direito de solicitar anualmente, da propaganda eleitoral. Assim, mesmo em anos sem eleição, os cofres da União ressentem-se do benefício fiscal concedido às emissoras.

Os valores registrados pela Receita Federal, no entanto, mostram que períodos eleitorais valem muito a pena para as rádios e as TVs. Em 2007, quando as empresas pagaram o imposto devido sobre o lucro de 2006 – ano de eleições presidenciais e estaduais –, o valor dos gastos fiscais associados ao horário eleitoral chegou a quase 471 milhões de reais.

A Receita considera como gastos fiscais o que deixa de ser arrecadado com as políticas de benefício. Para 2008, a previsão é que o gasto com a propaganda eleitoral some cerca de 242 milhões de reais.

Cálculo

Como se pode imaginar pelos números da Receita Federal, a fórmula para calcular a compensação fiscal é generosa com as emissoras. Esta fórmula é regulamentada pelo Ministério da Fazenda através de decreto e, desde a promulgação da Lei Eleitoral, houve apenas pequenos ajustes em relação a procedimentos.

A fórmula prevê uma diferenciação entre o horário eleitoral e as inserções de até 1 minuto que são feitas ao longo das programações.

No caso dos blocos, até 25% do tempo usado pelos partidos pode ser contabilizado pelas emissoras como tempo efetivamente utilizado de publicidade, ou seja, como minutos que a emissora deixou de comercializar por conta da transmissão dos programas políticos. Em ano de eleições, o horário eleitoral é dividido em dois blocos de 30 minutos durante o primeiro turno, o que permite que os radiodifusores ponham na conta 15 minutos por dia.

Já as inserções pontuais podem ser contadas integralmente. Novamente, considerando um primeiro turno de eleições, são mais 30 minutos diários ao longo de 45 dias.

Para transformar esses minutos em reais e chegar ao valor que será subtraído do lucro auferido no ano, a base de cálculo é a tabela comercial da emissora no período em que é feita a veiculação da propaganda partidária. O total de minutos utilizados é multiplicado por 80% do valor de tabela, considerando, inclusive, a variação de preços dos horários de veiculação. As tabelas comerciais são fornecidas pelas emissoras.

Sabrina Demozzi

No próximo dia 29 de setembro comemora-se o Centenário da morte de Joaquim Maria Machado de Assis, um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos. Para celebrar a data a Academia Brasileira de Letras fechou uma parceria com o Ministério da Cultura para lançar todos os livros do autor a preços populares (que deverão custar entre R$ 3 e R$ 5). No fim do ano, a ABL vai publicar um dicionário sobre a obra de Machado de Assis, sob direção de Ubiratan Machado. No mercado editorial, no segundo semestre, a Nova Aguilar publicará, em três volumes, a obra completa do autor.

É inegável a importância de um escritor como Machado de Assis para a história literária do Brasil, mas por que as pessoas conhecem tão pouco as obras do escritor? Já ouvi  várias pessoas que tiveram de  ler “Memórias Póstumas de Brás Cubas”  no ensino fundamental considerarem a obra “chata” e “confusa”. Dias destes, um sujeito quis me convencer que o livro “nem é tão bom assim” e que não entende o porquê da idolatria em torno da figura do autor. Ora, um escritor como Machado de Assis não pode ficar relegado a uma compreensão prematura de um aluno no começo de sua formação educacional.

Vou citar a obra “Memórias Póstumas” por ser um dos livros mais populares do autor. Eu desafio o leitor deste blog a revisitar este livro. Esqueça as impressões que teve quando o leu no ensino fundamental. Este é um dos livros que precisam ser lidos nos dias de hoje; tanto pela sua atemporalidade quanto pela sua forma de concepção dos fatos.   A irreverência no trato com os assuntos, a maneira de escrever, o modo com que Brás Cubas “fala” com seu leitor parecem muito com a forma de oralidade presente em blogs, mas com uma informalidade luxuosa, rica de detalhes e comparações. Poucas são as linhas deste livro que não trazem uma ironia fina e mordaz dos costumes à época, mas também do comportamento do ser humano. Brás Cubas é um dos personagens mais apaixonantes da literatura brasileira e depois que o livro acaba você se sente um pouco “órfão” da sua companhia.

Pode ser que algumas palavras não sejam familiares ao leitor, mas eu sugiro que se grife ou anote aquelas que são muito estranhas e ao final de um capítulo se investigue o significado da palavra. Parafraseando Nelson Motta “o Machado de Assis não jogava as palavras fora.” Isso é fato, o talento (um dos) de Machado está na imensa habilidade de construir os personagens de dentro para fora, ou seja, a complexidade dos seus personagens é muito grande.

Observe esta parte do capítulo IV sobre a idéia fixa de Brás Cubas:

 

 “MINHA IDÉIA, depois de tantas cabriolas, constituíra-se idéia fixa. Deus te livre, leitor, de uma idéia fixa; antes um argueiro, antes uma trave no olho. Vê o Cavour; foi a idéia fixa da unidade italiana que o matou. Verdade é que Bismarck não morreu; mas cumpre advertir que a natureza é uma grande caprichosa e a história uma eterna loureira.”

 

Em seis linhas de texto ele diz mais do que muito escritor em duzentas. Note a ironia, a forma de procurar contato com o leitor (em forma de advertência sobre a idéia fixa), a opinião sobre a figura histórica e caricata do conde de Cavour (primeiro ministro do reino de Piemonte).

 

Em muitas passagens, durante as divagações de Brás Cubas, ele próprio satiriza as suas tentativas de comparações e da fragilidade das suas idéias: “Mal comparando, é como a arraia-miúda, que se acolhia à sombra do castelo feudal; caiu este e a arraia ficou. Verdade é que se fez graúda e castelã… Não, a comparação não presta.”

 

O espaço ficaria pequeno para demonstrar a magnitude da obra de Machado de Assis. Mas, quem quiser saber mais sobre o autor e sobre o centenário da sua morte pode acessar: http://www.cultura.gov.br e no canal de busca procurar por “Centenário de Machado de Assis.”

Para quem estiver disposto a revisitar as obras e está sem dinheiro para comprar os livros pode fazer o download grátis de vários livros, contos e crônicas no site http://virtualbooks.terra.com.br,  basta ter o programa do ADOBE para ler as obras em PDF.

Para terminar, uma frase de Brás Cubas: “Lá iremos. Creio que prefere a anedota à reflexão, como os outros leitores, seus confrades, e acho que faz muito bem. Pois lá iremos. Todavia, importa dizer que este livro é escrito com pachorra, com a pachorra de um homem já desafrontado da brevidade do século obra supinamente filosófica, de uma filosofia desigual, agora austera logo brincalhona, cousa que não edifica nem destrói, não inflama nem regala, e é todavia mais do que passatempo e menos do que apostolado.”

 

 

Sabrina Demozzi

 

 

            Não é de hoje que as emissoras de televisão transformam os fatos cotidianos em verdadeiros espetáculos. Mas a questão que é levantada é: Será que a cobertura dos não jornais anda meio “exagerada”? Uma das questões cruciais em jornalismo é escolher que matéria dar, com que tom, estipular a hierarquia das informações, o teor delas, as diversas opiniões envolvidas em um mesmo assunto. Em tese, o jornalista ou o repórter deve estar atento para passar a informação da maneira mais neutra possível contribuindo para a explicação de um fato e não julgá-lo para o telespectador ou leitor.

            Na prática, como sabemos, isso não ocorre. Durante anos a Rede Globo de televisão reinava sozinha nos índices de Ibope nos diversos segmentos da sua programação. Hoje, há pelo menos uma emissora, a Rede Record, que vem conseguindo alcançar bons números de audiência inclusive em novelas e telejornais com vários profissionais que eram da Globo. É visível que muito da formatação dos programas é inspirado no “padrão Globo de qualidade”, mas com as especificidades da emissora do bispo Edir Macedo. Nesta briga desenfreada por mais audiência, anunciantes, fiéis e etc, a Record investe forte no sensacionalismo barato, na pieguice e nos “exageros” criativos dos seus autores de novelas. Não que a Globo não o faça, mas se tem algo que distingue uma emissora da outra é o tradicionalismo e uma superioridade técnica que sublima determinadas falhas. 

            Uma das matérias que ilustra bem isso é sobre um jovem que foi espancado por um grupo de delinqüentes na saída de uma boate em São Paulo. A selvageria foi tanta que o rapaz ficou com seqüelas terríveis, não anda sozinho, perdeu parte dos reflexos motores, não consegue falar direito. Se não bastasse o que ele passou, ainda teve que agüentar um repórter despreparado fazendo de um tudo para arrancar umas poucas e tristes palavras do jovem. A câmera fixava no rosto do rapaz, que estava marcado por escoriações. Valorizava cada pausa da fala debilitada, e dá-lhe passar repetidas vezes o vídeo que mostrava o jovem sendo espancado por oito marginais. Em outro programa, a apresentadora “matou” um jovem que estava internado em estado grave, mas não morto, em um hospital no Rio de Janeiro. Em uma matéria que tratava da morte de uma criança de 4 anos em uma creche, a câmera fixou durante pelo menos 1 minuto a imagem da criança morta, sem fazer nem questão de disfarçar ou evitar exibir a terrível cena.

            Na última semana, relembrando o trágico acidente da TAM que matou 199 pessoas, a emissora preparou uma matéria que mostrava os últimos momentos de vida dos passageiros que morreram no vôo, durante o check in, na sala de embarque  e finalmente quando o avião explodiu. Esta última cena foi repetida pelo menos umas cinco vezes durante a matéria, valorizando o áudio com a fala final dos pilotos minutos antes da explosão.

            A técnica da Globo, de tratar os fatos de forma seriada, é muito empregada pelo jornalismo da Record. A narrativa das misérias tem uma “história” composta por vilões e mocinhos, protagonistas e coadjuvantes. A história tem que ter um começo, um meio e um fim. No famigerado “Caso Izabela” esta concepção foi levada muito a sério, quando o tema foi tratado à exaustão pelas emissoras. Assim como um filme ou seriado há um costume atual de intitular as notícias como “Caso Daniel Dantas” ou “Caso João Hélio”. Há uma tendência em espetacularizar a miséria dos outros por meio da exploração cotidiana das imagens das crianças, dos idosos, das mães e pais que perderam os filhos, dos filhos abandonados, de celebridades problemáticas.        

            Isso sempre ocorreu, mas a ordem das coisas atualmente não é mais dar a notícia. Parece haver uma luta dos telejornais em carregar na tinta a miséria da sociedade brasileira, como se isso fosse preciso. Se um dá a notícia, logo o outro busca o aspecto mais infeliz do caso, se um tem fotos, o outro consegue vídeos e áudio. Vale tudo em nome do pretenso “jornalismo verdade” que tem código de conduta própria e não respeita mais ninguém.

             Não se trata de omitir os fatos ou negligenciar as informações, mas sim de agir com parcimônia e responsabilidade no apuro da notícia deixando que o telespectador julgue os fatos por si mesmo.

Não sei o porquê, mas os dias frios me dão uma vontade enorme de ouvir música trash e assistir filmes e programas idem. Claro que a gente sempre recorre a uma coisinha boa, mas é inevitável pegar um Zoolander da vida ou Napoleon Dynamite. Vou enumerar aqui alguns filmes e programas que você perde umas horas, esquece deles e depois inexplicavelmente tem vontade de assistir de novo.    

Sabrina Demozzi

 

1) Napoleon Dynamite (2004)

 

Alguns críticos dizem que é preciso um pouco de “paciência” para entender o estilo de humor do comediante Jon Heder (Escorregando para a Glória). Ele é aquele loirinho meio bobo com um timing meio lento pra piada, mas aqui em Napoleão Dinamite até que funciona bem. O Napoleão é um adolescente que mora com a avó-que tem como animal de estimação, uma lhama-, e o irmão que chega a ser indecente de tão ridículo. O mais legal neste filme é a inacreditável dança que ele faz para ajudar na candidatura do seu amigo Pedro ao grêmio estudantil. Diante de uma platéia atônita, ele dança ao som de Jamiroquai. A camiseta que ele usa é ótima (Vote for Pedro), a bota por cima da calça semi-bag e os óculos gigantescos na cara valem o filme. Ouça também pra matar a saudade a música “When in Rome” do The Promise no final. Neste vídeo você pode tentar fazer a dancinha, uma das mais legais do cinema nos últimos anos.

 

 

O tio do Napoleão, ele e o irmão.

 

2) Marcelo Adnet do “15 minutos” na MTV

Quando vi o 15 min pela primeira vez pensei que era alguma propaganda, daquelas que só a MTV faz.  Depois, descobri que o humorista Marcelo Adnet já tinha carreira no teatro, já trabalhou com o Bruno Mazzeo e que o 15 min apesar de parecer improvisado, tem roteiro. Ele é um imitador ótimo, inteligente e um fofo. O cenário é um quarto onde ele de bermuda e havaianas conversa com o Kiabbo, uma espécie de ajudante. Dos vários momentos hilários, como a imitação do José Wilker cantando a Dança do Créu, eu destaco a já famosa “Sweet Child of Mine” do Gun´s Roses na voz do Sílvio Santos. Vale a pena perder umas horas no You tube e procurar pelo moço. Por aqui você vê o Sílvio.

 

 

3) Música “Fernando” do ABBA

 

Eu simplesmente não acredito que alguém levava esta música a sério, mas depois que eu assisti o clipe tudo mudou. Eu adoro o horizonte, a fogueira e a cabeleira da moçada. E quando eles ficam de perfil nas chamas da fogueira, é um momento incrível. A música é sobre um maluco chamado Fernando que volta da guerra e depois de velho lembra dos horrores que viu. E que ele era jovem e não entendia as coisas muito bem na época. Lírico né? Mas, o Fernando não aparece nenhuma vez, nem uma foto, nem nada.  Só a cabeleira da turma do ABBA, mas mesmo assim vale a pena ouvir o refrão em coro na fantástica “Fernando”.